Lisboa do bacalhau, dos bondes, do Mosteiro, da Torre de Belém, dos pastéis, dos azulejos, de José Saramago, de Fernando Pessoa e dos portugueses. É uma cidade que você ama ou odeia. Pra mim, entre os motivos para amar essa cidade estão os bondes, o bom bacalhau, os pastéis e muito mais. Na minha última estada por lá, fiquei encantado de bairro em bairro, satisfeito de bacalhau em bacalhau, alegre de mosteiro em mosteiro.

Há muito que descrever e comentar sobre Lisboa, mas deixarei que você descubra de acordo com sua curiosidade. Só não posso deixar de citar como valorosa e necessária a visita ao Mosteiro dos Jerônimos.

Pátio interno do Mosteiro dos Jerônimos.

Por ordem expressa de Dom Manuel I, o mosteiro foi construído a partir de 1501, com o objetivo de lembrar a figura do primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, que, em 1147, expulsou os mouros de Lisboa. Para a felicidade de Lisboa e dos turistas, antes da expulsão os muçulmanos já haviam construído, no início do séc. XI, o belo Castelo de São Jorge.

A bela torre de menagem do Castelo de São Jorge.

No Mosteiro dos Jerônimos é interessante visitar os túmulos de Dom Alexandre Herculano e também do grande poeta português, Fernando Pessoa. Para os aficionados nesse exímio trovador, há em Lisboa uma vasta possibilidade de conhecer pontos relacionados à sua vida, como a igreja onde foi batizado, o prédio onde ele morou, bares que frequentava e detalhes com fotos do seu túmulo no Mosteiro dos Jerônimos. Eu indico os sites: https://gdamas.com/tag/fernando-pessoa/ e https://gdamas.com/tumulo-fernando-pessoa-lisboa/

Fachada do Mosteiro dos Jerônimos.

O escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998, tem suas cinzas depositadas, desde 2011, aos pés de uma oliveira centenária, que foi trazida de sua aldeia natal, Azinhaga do Ribatejo, e transplantada em Lisboa. Em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, os turistas estão sempre a tirar fotos da oliveira e sentir Saramago, já que no solo estão as lindas palavras do escritor: “Mas não subiu para as estrelas se à Terra pertencia”.

A oliveira onde foram depositadas as cinzas de José Saramago. Ao fundo, à esquerda, a sua Fundação.

Na busca em Lisboa por locais de excelência para comer bom bacalhau, tive a sorte de, já no primeiro jantar na cidade, conseguir uma reserva no Restaurante Zé da Mouraria 2, na Rua Gomes Freire 60, onde comi um bacalhau à Zé da Mouraria, com grão de bico, batatas ao murro, brócolis, cebolas, temperos em geral e regado num ótimo azeite português. Indico, com toda certeza, mas é preciso fazer reserva pelo telefone +351 21 608 4695, pois eles não possuem site. Sei que vou deixar uns com água na boca, veja que maravilhoso bacalhau à Zé da Mouraria.

Um bom prato de bacalhau à Zé da Mouraria

Lisboa à noite é fantástica. Façam suas caminhadas pela cidade, mas cuidado se estiver longe do hotel, pois a maioria das linhas de ônibus encerra o serviço em torno das 22h 30min, restando apenas metrô ou táxi. Perdi o último ônibus, mas optei em voltar para o hotel caminhando e assim pude confirmar o lado cosmopolita da cidade. Isso ocorreu na região da Praça Martim Moniz, onde vi a confraternização de diferentes povos e culturas, com imigrantes hindus, paquistaneses, árabes em geral, negros africanos e orientais. Muito interessante! Durante esse passeio evitei tirar fotos em respeito a essas pessoas, pois nem sempre gostam.

Praça Martim Moniz.

Foto do site: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/belisboa-pede-explicacoes-sobre-requalificacao-do-martim-moniz

 

Mas, para confirmar a presença de diversas culturas e povos em Lisboa, fotografei alguns imigrantes que vivem na cidade e que aceitaram ser fotografados. Durante a conversa sempre relatavam da alegria por ali estarem vivendo. Tive a sensação, então, mas pode até ocorrer o contrário, de que os lisboetas são amigáveis à presença dos estrangeiros. Conversei com imigrantes do Nepal, de Bangladesh, da Romênia, de Guiné-Bissau, de Cabo Verde, de Angola, de São Tomé e Príncipe, do Níger e do Brasil.

Manuela, a brasileira, e os imigrantes da Guiné-Bissau e do Nepal.

 

Para concluir nosso passeio por Lisboa, vamos conhecer um pouco da Praça Dom Pedro IV, mais comumente conhecida como o Rossio, é o centro de Lisboa e à noite ressalta uma beleza impressionante com a iluminação dos prédios e das vias. O Rossio tem a forma original de um hipódromo, já que no período romano ali existia esse tipo de construção. É o ponto da cidade de Lisboa que mais sofreu intervenções arquitetônicas no transcorrer de sua história, além de ali ter ocorrido revoluções populares, feiras, touradas, procissões, festivais, paradas militares e festas da corte portuguesa. Durante a Inquisição, foi o local das execuções capitais.

A Estação do Rossio e, mais à direita, o Hotel Avenida Palace.

O contato com os imigrantes para mim foi indescritível e o melhor foi saber da felicidade que eles sentem vivendo em Lisboa. Fico emocionado! Isso é Lisboa! E ainda tem o melhor: não é um destino tão caro, como muitos pensam. Vamos?

 

*A foto do carrossel é a Praça do Comércio do site: https://mundoviajar.com.br/lisboa-bairro-a-bairro/

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2 thoughts on “Lisboa – O Mosteiro e o bom bacalhau”

  1. Grande Ronaldo, o teu texto preciso e precioso instaura no leitor imediata vontade de partir para o território descrito. Embora tenha visitado Lisboa por trescale vezes, teus olhos me mostraram muito mais do que vi. Vontade de retornar, agora. Bjs

    1. Obrigado pelos seus comentários Maria Helena, eu estou fazendo todo o esforço de descrever os territórios de maneira que cada um sinta como se estivesse viajando e se emocionando comigo. Voltarei a Lisboa do dia 11 a 16 de junho para, entre outras atividades, participar da festa de Santo Antônio, que comentam é maravilhosa. Quem quiser vamos….

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