Amsterdam, capital dos Países Baixos, me conquistou desde o primeiro segundo de minha chegada, num dia de inverno, 21 de janeiro. Cheguei à cidade num trem direto desde Berlim, que levou 8 horas de viagem, mas que passou bem rápido. Os vagões possuíam uma estrutura incrível, logo, eu e amigos, passamos o tempo da viagem jogando cartas, ouvindo música, contemplando a paisagem e dormindo quando conseguíamos.
Ao desembarcar na Centraal Station de Amsterdam, eu e meus amigos pegamos um táxi em direção ao Hotel King’s Court, onde encontramos acomodação com um bom preço, localização próxima à região central da cidade, ótima recepção, limpeza impecável e quartos confortáveis.
Após nos acomodarmos, saímos para jantar num restaurante aconchegante e bem próximo ao hotel. Como somos jovens, optamos por escolher uma refeição bem ao nosso gosto, então pedimos hambúrguer com fritas, que era especial, pois continham ervas e molho da casa. O imprevisto sempre ocorre, e na hora de pagar descobrimos que o local não aceitava cartão de crédito. Alguns do grupo ficaram espantados, mas depois nos informamos e ficamos sabendo que isso é muito comum na cidade. Uma primeira dica para Amsterdam: sempre esteja com euro em espécie. Questionei com uma atendente o motivo dessa norma, entretanto ela não soube responder. Depois, passeando e visitando lojas de grande porte da cidade, percebi que aceitavam cartão de crédito, o que me fez concluir aos poucos que apenas os pequenos comércios trabalham somente com dinheiro em espécie.
Foto do site: https://www.huffpostbrasil.com/2015/07/21/reasons-amsterdam-is-bettter_n_5107185.html
No segundo dia de visita àquela fascinante cidade, fomos ao famoso Museu Van Gogh. Para não ficar sem a entrada do museu, fiz a opção de comprar o boleto no horário próximo do almoço, que, penso, se torna mais vazio. Tive sorte, estava tranquilo, e assim pude contemplar as maravilhosas pinturas de um grande gênio do Impressionismo. Sua vasta obra ali exposta transmite a muitos visitantes a sensação de que um artista consegue ter a enorme capacidade de mudar a perspectiva do mundo.
O museu possui um espaço virtual onde o visitante tem a possibilidade de se expressar a partir da elaboração de um desenho digital e, ao finalizar, sua ideia estará ali exposta, apresentando assim a perspectiva daquilo que se imaginava querer pintar. Adorei me expressar naquele espaço do museu. Ao final, sempre surge uma lojinha do museu, onde apresentam para venda: catálogos, cartões e qualquer tipo de pequenas lembranças. Fui dominada pelo consumo e saí do museu com alguns presentes.
Ainda dentro do museu, pagando minhas lembrancinhas, olhei por uma vidraça e vi que nevava. Fiquei feliz, pois pela primeira vez na vida vi neve caindo do céu. Paguei tudo bem rápido para não perder aquele momento. Saí correndo do museu para ver o primeiro dia de neve do ano e pude sentir que os flocos que vinham do céu respingavam em meu cabelo. A neve é linda, mas, quando úmida, ao chegar ao solo ela se torna muito escorregadia. Para melhor eternizar aquele raro momento em minha vida, busquei um local que tivesse vista para a rua, e o Starbucks estava próximo, entrei, comprei um clássico chocolate quente e fiquei contemplando as pessoas felizes escorregando na neve. Foi emocionante! “Neve é o nome que se dá aos cristais de gelo que se formam quando o vapor de água nas nuvens se congela. É produzida quando a temperatura é muito baixa. Em certas situações, os cristais de gelo das nuvens se unem em flocos e, quando aumentam de tamanho e peso, caem até a superfície. A neve sempre aparece na forma de minúsculos cristais de seis faces. Mas os cristais não são exatamente iguais. Às vezes eles são achatados, às vezes têm a forma de agulhas compridas. Os cristais de gelo se unem com frequência para formar pelotas de neve de mais de 2,5 cm de espessura.” (Conceito de Neve apresentado no site: https://www.coladaweb.com/geografia/precipitacoes atmosfericas).
Após a contemplação da neve, pegamos um tramway, ou tram, como ele é conhecido na cidade, que vem a ser o principal meio de transporte público de Amsterdam. Ele se assemelha ao nosso VLT ou a um bonde elétrico. É um sistema perfeito, pois cobre a cidade inteira, tem muitas estações, e você compra um bilhete para três dias por 12 euros. Fomos a Dam Square, a praça mais central de Amsterdam, caminhamos, fizemos algumas compras de roupas na loja Primark e depois almoçamos. Achei os produtos vendidos naquela região bem baratos. Indico, pois você consegue comprar luvas por centavos de euros e bons casacos entre 15 e 20 euros.
Num outro dia, eu e meus amigos, visitamos a famosa Casa-Museu de Anne Frank, que foi inaugurada em maio de 1960. É um lugar onde qualquer visitante um pouco mais emotivo sai bastante mexido. A história da personagem é contada através de fones de ouvido, na voz de uma criança. Para quem não conhece, Anne Frank era judia e se exilou em Amsterdam com a família, mas, durante a ocupação nazista nos Países Baixos, ela e sua família se esconderam num quarto oculto da casa e durante aquele período a menina escreveu o famoso “Diário de Anne Frank”. Durante a visita na casa não se pode tirar fotos, só se leva o que guardamos em nossa memória.
Foto do site: https://pleno.news/comportamento/viagem/exposicao-virtual-permite-visitar-casa-de-anne-frank.html
A Casa de Anne Frank fica bem próxima à estação de Tram de Westermarkt, então, tomamos um tram e fomos a um local denominado de Food Hallen. É um galpão que se transformou num centro gastronômico de Amsterdam, com cinema, bares, restaurantes e uma famosa faculdade de moda. É um espaço da gastronomia internacional, com comidas de diferentes tipos, origens e para todos os gostos. Eu assumo que sou amante de hambúrguer e em Food Hallen eu me esbaldei no melhor que já comi na minha vida.
Após o almoço fomos até o ponto final das barcas, que fica bem em frente à Central Station de Amsterdam, fizemos um passeio pelos canais da cidade, com um guia em inglês, quando pude ouvir histórias que desconhecia sobre a cidade, ao mesmo tempo em que apreciava a beleza dos prédios e dos canais vistos a partir da janela do barco. A curiosidade sobre Amsterdam é que a cidade possui vários prédios empenados e tortos, como a torre de Pisa, pois suas construções não são 100% adequadas por estarem em cima de canais.
Em nossa última noite, fomos a “Red Light Secrets” (Segredos da Luz Vermelha), que é super famosa por suas vitrines com mulheres nuas, casas de swing e prostíbulo. Lá é proibido tirar fotos ou gravar vídeos, para preservar a imagens das meninas. Dali fomos conhecer o Greenhouse Effect Coffeeshop, que se localiza na Praça Nieuwmarkt 14 e um dos meus amigos quis usar maconha de Amsterdam e aprovou. O ambiente do “coffee shop” é super agradável, eles têm uma playlist impecável que promove um clima de paz. Lá dentro eles vendem comidas e produtos com cannabis, sem pedir identidade para qualquer compra, e possuem um cardápio variado, com cigarros de maconha bem extravagantes.
No último dia em Amsterdam decidi viver como um morador local, então aluguei uma bicicleta e fui pedalar até um parque e depois tomar chocolate quente com biscoitos. O aluguel gira em torno de 8 a 15 euros por 2 horas. Quatro dias nessa incrível cidade não foram suficientes, pois senti que preciso voltar, com toda certeza.
Uma última dica: cuidado com as bicicletas em Amsterdam! Falo sério, nunca atravesse fora da faixa de pedestre e nem ande nas ciclovias, os ciclistas ficam bravos e te xingam em holandês.
*Este foi o primeiro texto de um colaborador do blog, seja você também um colaborador.
Fale comigo: rwilken@uol.com.br.
E-mail da autora:mirianferreira212@gmail.com.
Tenho um sonho de conhecer Amsterdã e visitar principalmente a casa onde viveu Anne Frank, mas já me disseram que tem que ter paciência, pois fica uma fila enorme.
Grande texto e lindas fotografias.
A Mirian Dornelles é uma aluna de Turismo da UERJ, e numa palestra que proferi à turma, percebeu que a emoção é um dos pontos fortes em minhas viagens, então ela quis expressar neste texto suas emoções vividas em Amsterdam. Valeu!!