Como relatei no post anterior, venho viajando, principalmente à Europa, desde 1995. E desde então tenho aprimorado o planejamento de cada viagem, pesquisando cada vez mais sobre dicas que me sirvam para melhor usufruir e possibilitar boas férias, sem qualquer obstáculo. Sendo assim, vou começar a apresentar algumas novas dicas.
Na minha viagem à França, em 2015, passei por uma situação inusitada, para não dizer bastante desagradável, e ao aprender com tal circunstância quero compartilhá-la.
Viajava com frequência pela Air France, no voo direto do Rio de Janeiro para Paris, e sempre fazia a opção de escolher um assento no corredor e no meio do avião para ter mais mobilidade e, se possível, conseguir durante o voo, junto às comissárias, uma bebida, como vinho ou cerveja. Cheguei a Paris num dia de sábado, encontrei-me com uma amiga que mora na cidade, almoçamos e depois fomos a um esplendoroso show de Angelique Kidjo, acompanhada da Orquestra de Philip Glass.
Até então, tudo normal, mas na segunda-feira comecei a me sentir com muita falta de ar e um cansaço generalizado. Entrei em contato com o meu seguro de viagem e marquei uma consulta médica. Fui à clínica recomendada e tive como diagnóstico: asma brônquica, com indicação de uso de corticoide. Continuei mal nos dois dias seguintes até que o próprio seguro de viagem entrou em contato, com a desconfiança de que meu quadro fosse de embolia pulmonar e não de asma. Fui direcionado a um hospital que, após exames, confirmou o diagnóstico de embolia pulmonar com início de uma trombose na perna esquerda. A internação foi imediata, num quarto isolado, por cinco dias.
A partir dessa minha experiência, listo algumas dicas de extrema importância numa viagem:
- Contratar um bom seguro de viagem, por sinal eu indico a agência Alex & Thur;
- Levantar e caminhar no avião, para qualquer viajante após os 35 anos;
- Não tomar bebidas alcoólicas durante o voo;
- Ingerir mais sucos e água;
- Procurar um médico, se possível um angiologista ou hematologista, para se prevenir quanto aos riscos em viagens longas, principalmente se tiver histórico familiar de trombose.
Após esse acontecimento, por orientação médica, uso meias de compressão, me autoaplico antes dos voos um medicamento para a prevenção de trombos, somente bebo sucos e água, caminho no avião e escolho o assento do corredor.
Em virtude do fato e curioso para entender as causas da doença que me acometeu, busquei informações com diferentes médicos e outros profissionais do ramo e me inteirei de que pouco se discute sobre esse grave problema que vem ocorrendo com certa frequência em viagens longas. Muito pouco se fala sobre o assunto, entretanto existem muitos casos de morte em pleno voo, quando os coágulos sanguíneos vão diretamente para o pulmão e provocam uma embolia pulmonar fulminante. Por vezes o viajante desenvolve os trombos logo após a aterrissagem, como foi o meu caso, e então os coágulos podem ir para o pulmão e provocar a embolia pulmonar, levando-o à morte em terra.
Mas essa situação tão grave e pouco debatida está vinculada às precárias condições de pressurização dos aviões, quer por falhas técnicas ou por avançado tempo de uso de algumas aeronaves. Os seres humanos necessitam de boas condições de conservação artificial da pressão do ar dentro de aviões em altas altitudes, caso contrário ocorre uma lentidão na circulação sanguínea e com a diminuição do movimento do sangue por todas as artérias do corpo humano, acaba por provocar os trombos. Sendo assim, as condições anormais de pressurização são um grave problema aos acontecimentos de risco aos viajantes. Previna-se!
Importantes são as opiniões de médicas especialistas:
(Dra. Marilza Campos de Magalhães – Hematologista – CRM-RJ nº: 52 24154-6).
“Indivíduos que tenham condições prévias pró-trombóticas devem se preparar adequadamente para qualquer tipo de viagem, principalmente de avião, se a imobilidade for de muitas horas. Varizes de membros inferiores, hemorroidários, cardiopatas, dislipidêmicos, obesidade e tabagismo são fatores de risco. (…) estes viajantes devem viajar sob anticoagulação e com medidas preventivas vasculares, como meias de compressão, sapatos ou chinelos confortáveis. Nestes casos uma visita a um médico, para ver se está tudo o.k. é importante, para que a viagem seja saudável”
(Dra. Lobélia Dias de Mello – Angiologista – CRM-RJ nº: 52 24031-1).
“Este problema de saúde é conhecido como “síndrome da classe econômica”, em virtude dos assentos das aeronaves serem apertados e desconfortáveis, o que dificulta a movimentação dos passageiros”
Esse evento pode ocorrer com qualquer viajante, então, mesmo com todos os cuidados prévios, a boa dica é:
“MANTENHA A CALMA, NADA ESTÁ TÃO PERDIDO QUE NÃO TENHA SOLUÇÃO, A VIAGEM PARA POR UNS DIAS, DEPOIS CONTINUA E VOCÊ SENTE MAIS PRAZER POR PODER ESTAR ALI”.
Após a alta hospitalar, fui orientado a não viajar de avião por alguns dias, logo, tive que refazer todo o meu roteiro do sul da França, fui de trem de Paris até Avignon e, para me restabelecer, hospedei-me em casa de amigos por uma semana. Mesmo assim, com calma e sem poder dirigir, tive o prazer de conhecer algumas cidades na Provença Francesa, onde tomei fotos impressionantes. E então, já refeito do baque, senti um enorme prazer nessas viagens pontuais.
Assim, espero que eu tenha ajudado a esclarecer uma situação grave que pode ocorrer com qualquer viajante, e, com uma boa prevenção, tenho certo que curtirá muito e com enorme prazer toda a sua viagem. VIAJE!