Começo a dissertar sobre a força da história que impregna Atenas. Creio que todo visitante sente e respira história em cada esquina. Confirmo que não sou historiador, logo, me desculpo de antemão se citações ou descrições possam não ser verossímeis com a vibrante história dessa linda cidade, que tem seu nome ligado à sabedoria, pois Atena era, na mitologia grega, a deusa da civilização, da sabedoria, das artes e da justiça. Ela era uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses olímpicos. Muito representativa!
Foto do site: https://www.pinterest.pt/pin/395050198543493013/?autologin=true.
Já estive em Atenas por duas vezes, sendo que na minha última visita passei quatro dias na cidade, o que acredito ser suficiente para desfrutar daquilo de mais representativo que ela tem a oferecer, mas é claro que cada um faz a sua opção. Ao desembarcar em Atenas, dirigi-me a um hotel no porto de Pireus, já que no dia seguinte, bem cedo, eu iria embarcar para as ilhas gregas. Como na minha primeira ida à Grécia eu não me hospedei em nenhuma ilha, fazendo apenas passeios com escala diária, mesmo tendo conhecido Mikonos, Patmos e Rodes, dessa feita escolhi as ilhas de Paros, Ios e Santorini para ficar hospedado.
Na volta das ilhas, cheguei com muita vontade de fazer um tour pela cidade, principalmente ir à Acrópole de Atenas e voltar ao bairro de Plaka. Mesmo que Atenas tenha muito para desfrutar, esses dois passeios são imperdíveis. Se você não fala inglês e tampouco grego, uma outra boa dica é experimentar o contato em bom espanhol, pois, pelo menos nos locais turísticos, os gregos lhe tentam entender. Comigo deu certo, eles são muito amáveis e eu tive muita sorte nas duas visitas à Grécia, vale a pena tentar.
Atenas é atualmente uma grande metrópole, entretanto muitos aspectos da cidade ainda estão ligados à Grécia Clássica, ou a um período de cerca de 200 anos, entre os séculos V e IV a.C., quando a região floresceu e a Acrópole passou a ser capital da cidade-Estado de Atenas, que teve seu nome definido a partir de uma disputa entre os deuses Poseidon e Atena. Diz a lenda que a cidade teria o nome do deus que desse o presente mais útil aos seus habitantes. Poseidon concedeu uma fonte de água salgada e Atena venceu a disputa ao plantar uma oliveira na Acrópole. Assim, a cidade ganhou o nome desta deusa.
No período áureo de Atenas, na Grécia Clássica denominada de Era de Ouro de Atenas, destacam-se personagens históricos relevantes, não somente para o avanço da cidade, como para o desenvolvimento da civilização ocidental, tais como Platão, Aristóteles e outros, como podemos confirmar no texto abaixo:
“No período clássico, Atenas era um centro artístico, estudantil e filosófico, sendo a sede da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles. Atenas também foi o berço de Sócrates,Péricles, Sófocles e muitos outros proeminentes filósofos, escritores e políticos do mundo antigo. A cidade é amplamente considerada como o berço da civilização ocidental e da democracia, em grande parte devido ao impacto de suas realizações culturais e políticas na Europa durante os séculos V e IV a.C.” (trecho retirado do site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas_Antiga).
Foto do site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Atenas
A Acrópole e os seus magníficos prédios merecem um aprofundamento histórico mais minucioso, mas deixarei de lado essas descrições históricas, pois acredito ser mais importante explicar que os edifícios da Era de Ouro de Atenas foram destruídos durante a invasão e ocupação da Grécia por diferentes povos, como os romanos, bizantinos, venezianos, turcos-otomanos, ingleses e outros. Os que permanecem de pé, mesmo depois de terremotos, incêndios e guerras, sofreram profanações e em alguns momentos foram reutilizados com outras ressignificações. No Pórtico das Cariátides, as esculturas de mulheres do antigo templo de Atenas são meras réplicas, já que duas originais estão no Museu Britânico, em Londres.
O que aconteceu de mais nefasto e espantoso na história da Grécia foi o longo período da ocupação turco-otomana, que durou 370 anos, de 1460 até 1830, quando os gregos conseguiram o reconhecimento da independência do país e expulsaram os turcos de seu território. Infelizmente foi nesse período de ocupação que ocorreu uma devastação da cultura grega, além do crescente empobrecimento e exploração da população. Os gregos não conseguem esquecer esse momento da história, sendo assim, até os dias de hoje existem fortes discórdias entre turcos e gregos.
Atenas e a própria Grécia sofreram com o longo período de ocupação turco-otomana, e as obras clássicas, que já haviam sofrido com as intempéries, vieram a ser bastante danificadas. O Parthenon sofreu inúmeras alterações desde que foi inaugurado, no século V a.C. Povos bárbaros germânicos invadiram Atenas em 267 e incendiaram a edificação, que depois foi recuperada e, mais adiante, durante a ocupação bizantina, foi transformada em igreja cristã. Já no período da ocupação turco-otomana foi mais uma vez transformado, agora em mesquita. E assim ele foi sendo reutilizado com diferentes ressignificações.
Mas o pior ocorreu em 1687, quando o Parthenon era usado pelos turcos-otomanos como um paiol de pólvora. Como Atenas foi atacada pelos venezianos, o edifício foi bombardeado e parcialmente destruído. A estrutura interna foi demolida, o telhado caiu e algumas colunas, particularmente do lado sul, foram seriamente danificadas. O que hoje temos de pé foi o que sobrou desse ataque.
Depois desse bombardeio o Parthenon ficou abandonado, até que, em 1801, Sir Thomas Bruce, sétimo Lorde Elgin, embaixador britânico no Império Otomano, solicitou uma permissão ao sultão otomano para restaurar o templo, entretanto acabou por levar esculturas e objetos para Londres. Atualmente os mármores do Parthenon encontram-se em exposição no Museu Britânico, conhecida como “Os Mármores de Elgin”. Outras esculturas estão no Museu do Louvre, em Paris, e as peças que restaram, no Museu da Acrópole, em Atenas.
Foto do site: https://sol.sapo.pt/artigo/687029/partenon-os-marmores-de-elgin-e-o-brexit.
Foto do site: https://www.greece-is.com/exploring-the-ancient-city-beneath-the-acropolis-museum
O templo de Erecteion foi construído entre 421 a.C. e 406 a.C. e é considerado o mais belo monumento com colunas jônicas da Acrópole de Atenas. Foi consagrado aos deuses Poseidon e Atena durante a disputa que travaram para definir a posse e o nome da cidade-Estado que estava sendo construída na região da acrópole. É dividido em duas salas, em consagração a cada um desses deuses gregos.
Outro belo templo que se encontra na base da encosta da Acrópole de Atenas é o Teatro Odeon de Herodes Ático. Ele foi construído pelo rico ateniense Herodes Ático, em memória de sua falecida esposa, Annia Regilia. As obras começaram possivelmente em torno de 161 d.C. e foi inaugurado em 174 d.C.
Quando os povos bárbaros germânicos invadiram Atenas em 267 d.C., o teatro foi completamente destruído e ficou soterrado. Somente a partir de 1950 teve início sua recuperação. Atualmente recebe para grandes shows artísticos, como concertos, teatro, óperas e apresentações de dança. Para quem quiser se aprofundar em sua história e em fotos mais recentes do Teatro Odeon de Herodes Ático, indico o site: https://umabrasileiranagrecia.com/2017/02/odeao-herodes-atico-em-atenas-grecia.html.
Quem conhece Atenas percebe que a cidade tem muito a oferecer aos visitantes, então, concluindo este primeiro post, apresentarei um mapa que, acredito, será bem importante para que se tenha uma ideia da Acrópole de Atenas e da disposição dos templos no período da Era de Ouro de Atenas.
Imagem do site: http://professorjoaonunes.blogspot.com/2008/04/7-ano-os-gregos-cidade-de-atenas.html.
Foto do site: https://pt.slideshare.net/celsoidamiano/1-free-grcia-e-roma.
Atenas é muito grande e possui muitas possibilidades para um visitante. Ainda devo escrever outro post sobre a cidade, em que pretendo dissertar sobre minhas experiências vividas no bairro de Plaka, no Jardim Nacional, na Ágora Romana e nos museus visitados.
Imagem de destaque retirada do site: https://www.greece-is.com/acropolis/
Fui para a Grécia e fiquei 15 dias, 4 deles foram em Atenas me apaixonei pela cidade, fiquei hospedada em Plaka e conheci toda a beleza histórica dessa cidade e também as lindas praias de Atenas. Também fui para as ilhas de Milos, Santorine e Naxos. Delas a que mais amei foi Milos, simplesmente maravilhosa.
Marineide, seguidora do blog, se você viu os meus posts da Grécia viu que conheci as ilhas de Ios, Paros e Santorini. Eu gostei muito de Ios e Paros, entretanto em Santorini passei somente um dia, mas não gostei muito daquele centro muito comercial além do que é uma ilha muito cara. Veja os posts de Ios e Paros e vai amar e quem sabe programe as 2 para sua próxima ida à Grécia.
Adorei a matéria! Pretendo ir pra Grécia em 2023. Tenho muitas dúvidas espero que vc me ajude 😁🙏🏻🌹
Lia, seguidora apaixonada pela Grécia, que bom que você me depositou como aquele que poderia lhe ajudar no seu roteiro, isso para mim é gratificante pois demonstra que você gostou de meus posts da Grécia. Até início de junho estou bem atarefado pois farei uma segunda LIVE de Paris. Mas depois conversamos.
Excelente viagem,Ronaldo.
Viajar com você é tudo de bom!!
Querida amiga Tânia. Estou viajando muito com o meu blog, e ele é que tem segurado a onda pesada que estamos vivendo. Estou com saudades de você e de todos os meus amigos queridos. Que bom que você viaja comigo. Atenas é linda e já tenho outro texto pronto do bairro de Plaka, mais vai demorar a ser publicado, pois tenho umas boas surpresas: o primeiro texto de um território impactante no Brasil, no caso é uma vila colonial de Minas Gerais. Aguarde. Obrigado pelo comentário.
Muito boa a postagem. Ótimas informações e bem ilustrado. Parabéns.
Amigo João. Que bom que você gostou. O objetivo do blog é para que todos viajem junto comigo. Obrigado pelo seu comentário.
Rô, parabéns! Excelente o post, curto e bem informativo para quem deseja visitar a Grécia. Amei o teatro Odeon de Herodes!
Querida amiga Teresa, que bom que você gostou. Realmente a Grécia é linda e como você já deve ter lido, eu escrevi sobre duas ilhas fantásticas: Ios e Paros. Obrigado pelo comentário.