Após terminar de descrever minhas emoções e indicar roteiros do Rio de Janeiro e de Paraty, fiquei pensando sobre qual outro lugar impactante eu escreveria. Pesquisando, lembrei-me de minha única viagem ao México, há muitos anos – e por isso não tenho fotos digitais de lá -, o que me deixou curioso em conhecer a história da tão famosa Cancún, que fica na península de Yucatán, uma região repleta de belas e imponentes ruínas maias. Então, ao conversar com o assessor de marketing do blog, ele convenceu-me a escrever sobre esse balneário turístico dos mais visitados no mundo, o qual ainda não tive o prazer de conhecer, mas… Quem sabe?
A história da descoberta e fundação de Cancún é cheia de detalhes, imprevisões e minúcias. Saiba que a ilha de Cancún era praticamente desabitada até a década de 60 do séc. XX, quando o governo do México resolveu procurar no vasto litoral do país um local propício para construir um complexo turístico que alavancasse esse segmento. De seis locais pesquisados, a ilha de Cancún foi a eleita. Efetivamente, a fundação de Cancún foi em abril de 1970, quando banqueiros e investidores internacionais começaram a construção de hotéis e da infraestrutura cujo resultado hoje faz com que a cidade seja a quarta mais visitada na América.
Foto do site: https://quintafuerza.mx/quintana-roo/cancun/punta-nizuc-paraiso-arrecifes-cancun/
Até a data oficial da fundação de Cancún, abril de 1970, poucos habitantes viviam na ilha, tão poucos que a história não esqueceu seus nomes, como, por exemplo: Emilio Maldonado e sua esposa, Julia Baeza Chimal; Antonio Hernández, “Cachito”; Gabriel Garrido, “Gabuch”; e Rodolfo Leal, “Rudy”. Eles habitavam a ilha de Cancún de forma espaçada e sobreviviam da pesca e da coleta de coco.
Sabe-se que a partir de 1968 os moradores originários e pioneiros de Cancún receberam propostas de indenização do governo mexicano para venderem suas terras, dando assim início à implantação do projeto de construção do balneário. Através dos relatos que li e por tudo que pesquisei, consegui saber que o senhor Emilio Maldonado, em 2015, fez 93 anos e morava num bairro periférico de Cancún. O grupo de mídia Pioneiros de Quintana Roo (https://www.facebook.com/Revista.Pioneros/) resumiu e relacionou a vida do senhor Emilio Maldonado com a ilha de Cancún.
“Nascido em uma antiga cidade rural – conhecida como Santa Matilde, perto de Puerto Morelos – senhor Emilio veio morar na ilha de Cancún em 1934 quando tinha cerca de 12 anos. Em meados da década de 1980 teve que deixar sua antiga casa de areia com vista para o mar (Ilha de Cancún) quando o sucesso turístico a transformou em Zona Hoteleira.” (trecho extraído do site https://www.facebook.com/Revista.Pioneros/photos/cumplir%C3%A1-93-a%C3%B1os-el-hist%C3%B3rico-emilio-maldonadoel-pr%C3%B3ximo-mes-emilio-maldonado-g%C3%B3/887964057941607/).
Até agora alguns podem ter ficado em dúvida quanto ao processo de ocupação de Cancún ter se iniciado numa ilha com a forma de um 7. A explicação é simples: a ilha onde foi construída a zona hoteleira de Cancún possui a forma do número 7, desde que seja vista de cima. Essa ilha é uma longa extensão de areia formada pelo contínuo movimento das marés que, ao depositar sedimentos arenosos, dá origem a uma lagoa. Esse cordão arenoso, com uma extensão de 23 Km, paralelo à costa marítima, é a ilha de Cancún. No Brasil, esse tipo de terreno é designado de restinga.
Toda essa paisagem com ar de maresia, cheiro de peixe, águas cristalinas, recifes de coral, coqueiros ao vento e noites frescas é extremamente espetacular e lógico que chama a atenção de qualquer viajante, entretanto o passado do lugar e seus vestígios históricos possuem um valor inestimável e são preservados e cultuados no presente. O litoral sul da cidade de Cancún é denominado de Riviera Maya, por existir vários testemunhos comprovando a presença, no passado, da Civilização Maia.
Mapa de Cancún e a Riviera Maya.
Tulum é uma zona arqueológica de beleza imponente, elevando-se sobre as águas em tons de azul-turquesa do mar do Caribe. Sobre o platô de uma falésia encontra-se uma antiga cidade maia amuralhada, bem como o porto comercial. Quando um viajante se encontra no centro de uma antiga cidade maia sente uma forte vibração sensorial de que ali existiu uma rica civilização. Isso eu comprovo por experiência, pois estive duas vezes na cidade maia de Tikal, na Guatemala. Nos diferentes locais da Riviera Maya, um viajante presencia a cultura maia viva, que sobrevive nos habitantes, na comida, nas tradições e nos costumes.
Apenas para ilustrar, vou apresentar dois templos da cidade maia de Tikal, que se localizam numa região de floresta tropical da Guatemala. Na primeira vez que fui a Tikal, aconteceu um fato interessante, isso se sucedeu em 1985, depois que terminei uma pós-graduação em Bogotá, cidade apaixonante. Na Guatemala, conheci Antígua e a capital do país, e, por orientação, soube que eu poderia chegar a Tikal de ônibus. Consegui chegar a Rio Dulce, mas, para continuar viagem, fui informado que não teria ônibus naquele dia, então a solução era carona de caminhão, à noite, por uma estrada de terra em plena selva tropical. Imaginaram?! É uma boa aventura quando se tem 26 anos. E, por tudo, no meio da viagem, às 3 horas da madrugada, furou um pneu do caminhão, e eles não tinham macaco. Esperamos até que passasse alguém para ajudar. Depois de bastante atropelo, cheguei a Tikal, mas para a volta eu já tinha um voo marcado. Os templos maias são lindos, mesmo os que ficam próximos de Cancún, como Tikal, na Guatemala.
Eu particularmente adoro a história dos maias e, além de ter conhecido Tikal, visitei o sul do México. Não fui a Cancún, mas vivi momentos incríveis nos territórios de Yucatán e Chiapas. Não me alongando muito, pois ainda quero concluir minha narrativa de Cancún, afirmo que conhecer as ruínas de Chichén Itzá é muito importante. Essa cidade sagrada foi um dos centros da civilização maia que teve seu apogeu durante uns sete séculos, entretanto há controvérsias quanto aos motivos do seu declínio, que ocorreu por volta do ano de 1250. O Templo de Kukulcán, a pirâmide principal da cidade sagrada de Chichén Itzá, tem 30 metros de altura com 91 degraus em cada lado, que se posicionam de frente para um ponto cardeal — norte, sul, leste e oeste. Incluindo o degrau localizado no topo, há um total de 365 degraus, que representa o número de dias do calendário maia e do gregoriano, que é usado por grande parte do mundo atual.
A popularidade da cidade sagrada de Chichén Itzá aumentou depois de 2007, quando foi eleita uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo, título abraçado pelo governo do México, que assim promoveu o impulsionamento do turismo local. Por consequência do florescimento de Cancún e seus resorts, a cidade maia de Chichén Itzá começou a receber muitos visitantes que lá se hospedam. Chichén Itzá, que fica a 197 km de Cancún – ou 3 horas de carro -, é um dos sítios arqueológicos mais visitados no México, e calcula-se que cerca de 1,4 milhão de turistas visitam as ruínas a cada ano.
Agora vamos falar um pouco daquilo que um turista ávido por Cancún mais gosta: praia. Imagine uma cidade balneária com 23 km de areia contínua, separada por pequenos pontões de pedra natural ou mesmo artificial, como é o caso de um cordão de cubos de pedra, uma atração muito conhecida em Cancún, denominada de “Los Cubos de Fórum”, que se localiza na Ponta de Cancún, no extremo norte da ilha. Esse cordão é composto de centenas de cubos de concreto e foi projetado para barrar ondas mais fortes e deixar o mar mais calmo na Ponta de Cancún. A edificação do cordão de cubos deu origem a uma enseada com mar de ondas suaves. Nesse ponto localiza-se uma das praias mais famosas e badaladas de Cancún, a praia do Fórum ou Gaivota Azul.
É de extrema importância ter informações dos pontos de acesso às praias, caso não se hospede nos grandes hotéis e resorts da zona hoteleira da ilha de Cancún. As praias são públicas, entretanto alguns hotéis cercam uma área com cadeiras para os hóspedes. Procure sempre se informar sobre as entradas públicas, então, chegando à areia, o turista tem o direito de desfrutar do mar azul-turquesa da linda Cancún. Portanto, a dica é, sempre que possível, ir caminhando pela areia para ir de uma praia à outra.
O mar de Cancún tem aquele azul-turquesa lindo em qualquer ponto da orla, mas a qualidade do banho varia de trecho para trecho. Aquele Caribe calmo e cristalino só é encontrado na parte superior do 7, nas praias situadas no norte da ilha de Cancún, como as praias Tortugas, Langosta e Linda. Nas praias do leste, com um extenso cordão arenoso, localizadas na parte lateral do 7, o mar vai ficando mais agitado conforme as praias ficam mais próximas da Ponta Nizuc, como a praia dos Delfines, que pode ostentar bandeira vermelha em muitos períodos. Na extremidade inferior há novamente uma enseada calma.
Acho importante comentar sobre algumas boas dicas para quem pretende programar uma viagem para Cancún. Por exemplo:
1 – Quando for passar um longo tempo numa praia, seria providencial ter um cooler, enchê-lo de gelo, cerveja em lata (vidros não são permitidos nas praias) e outras bebidas, e levar uma bolsa com petiscos e lanches para aproveitar melhor o dia na praia sem gastar muito.
2 – Entre os meses de agosto até novembro há a possibilidade de chuvas fortes e é o período da presença de furacões no Caribe, claro que pode não afetar Cancún, mas é sempre bom se prevenir.
3 – Cancún tem mais de 850 opções de hotéis, com diárias individuais que podem variar de R$ 120,00 para a Casa Munay, localizada no centro de Cancún, com boa cotação (nota 9,0) no site do Booking, até R$ 5.100,00, no Luxury Gateway Ocean View, localizado na estrada para Punta Sam, ao norte de Cancún. Busque nos banners do Booking aqui no blog o hotel que melhor se adequa às suas expectativas e previsão de gastos.
Na viagem para Cancún e Riviera Maya um viajante tem muitas opções de passeios, conforme já destaquei anteriormente, mas você ainda pode colocar no seu roteiro os espetaculares cenotes. São vários espalhados por toda a Península de Yucatán e centenas deles são explorados turisticamente. Numa linguagem popular podemos dizer que cenotes são buracos ou poços com água. Todos possuem a sua beleza, mas os mais interessantes são os que possuem cavernas. Alguns cenotes possuem muitos quilômetros de profundidade embaixo da terra.
O Chac Mool é um dos mais bonitos cenotes e está localizado a 90 km de Cancún, na região da Riviera Maya. Ele possui amplas dimensões e 14 m de profundidade, com um impressionante mundo subaquático. Sua principal atração é a possibilidade que oferece de visualizar o efeito mágico no encontro entre as águas doces e salgadas, que são filtradas do mar, além do belo resultado da refração da luz solar, que é desviada de sua direção normal dentro do cenote. Cabe destacar que os cenotes eram importantes fontes de água natural para a civilização maia e alguns foram utilizados por eles em rituais sagrados.
Espero que o meu objetivo tenha sido alcançado, ou seja, mostrar várias opções de passeios do balneário de Cancún, sonho de consumo de muitos viajantes. Creio ser pouco provável que eu viaje para Cancún, pois raramente planejo minhas viagens onde o mar e/ou as praias sejam o ponto alto, prefiro vilas ou cidades medievais, cidades com belas arquiteturas ou traços históricos. Algumas vezes podem ter um lindo mar, mas não somente, como Tossa de Mar, na Espanha. Cancún é um paraíso que merece ser desfrutado. Marque no seu calendário e viaje.
Parabéns por mais uma postagem impecável!
Amiga e querida Viviana, estou com mais algumas prontas e sendo sobre o bairro de Marais em Paris, creio que você vai gostar, ficou muito bom. Continue a desfrutar do blog. Caso seja possível, divulgue junto aos seus grupos das redes sociais. Obrigado!!!!
Meu bom amigo, descreves Cancún e a Riviera Maya com requintes de detalhes que nos faz viajar em sonhos e pensamentos. Tenho um amigo que foi passar férias em Cancún há mais de 20 anos e ainda me recordo com nitidez as belas imagens que ele me mostrou ao regressar. Grato por nos presentear com vossas viagens e conhecimento meu bom amigo. Parabéns. Abraço.
Girnei, adorei o seu comentário, e escrito por um profissional das letras, me deixa mais feliz. O meu objetivo com os posts do blog é de que cada um possa sentir esse prazer e viajar junto com minhas descrições. Que continue a desfrutar do blog. Caso seja possível, divulgue junto aos seus grupos das redes sociais. Obrigado!!!!
O Bacana é q da pra juntar o passeio às praia lindas com visitas a sítios arqueologicos, é raro isso, além da possibilidade de esticar para outros destinos no México q tem muito a ser visitado
Guilherme, fico feliz que você conseguiu ver essa possibilidade, de ao ir a Cancún não deixar de planejar visitas aos sítios arqueológicos, que são muito bonitos. Se você gostou do post se Inscreva para receber novidades do blog. Obrigado.
Muito bom! Só lamento o destino dos primeiros moradores… Mas realmente é um belo destino!
Caio, novo seguidor do blog, Cancún realmente é um paraíso mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. Cancún tem uma história interessante, pois o que pude apurar, os verdadeiros donos foram expropriados quase à força e nem receberam muito pela valiosa terra onde habitavam. Infelizmente isso ocorre também aqui no Brasil. Se você gostou do post se Inscreva para receber novidades do blog. Obrigado pelo seu comentário.
Maravilhoso, Como sempre, Ronaldo descreve os cenários com precisão de joalheiro o que nos ampliava percepção. Já estive “unos cuantos veces” naquela ribeira e precisei ler seus relatos para dimensionar onde estive.
Maria Helena, Cancún tem uma história interessante, pois o que pude apurar, os verdadeiros donos foram expropriados quase à força e nem receberam muito pela valiosa terra onde habitavam. Infelizmente isso ocorre também aqui no Brasil. Obrigado pelo sue comentário.
Ameiii!!!
Quero muitooo conhecer Cancún 🐚🐠🏝🏖
Prima Isabel, Cancún realmente é um paraíso mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem cara, mas quem pode deve curtir.
Tudo muito lindo!! 😍
Karen, minha sobrinha, Cancún realmente é um paraíso mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem cara, mas você já foi a Punta Cana e creio que seja bem parecido.
Muito bom ! Gostei da abordagem!
Amigo Adilson, guia em Paris, obrigado pelo seu elogio à minha abordagem. Foi difícil encontrar um fio condutor para descrever Cancún, que me foi solicitado pelo meu assessor de redes sociais e do blog, mas consegui e também fiquei bem contente.
O que me impressiona mais é a maravilhosa cor do azul do mar e a arqueologia maia. Muito lindo.
Professor Bruno, Cancún realmente é linda e tem um mar caribenho impressionante, mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem que precisa de mais de 7 dias. Você faria???
Nossa! Que lindo!!!!😍
Amiga Lucia, Cancún realmente é linda, mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem que precisa de mais de 7 dias. Você faria???
Nossa que paraíso!
Amei essa “viagem”. ❤❤❤
Raisa, Cancún realmente é um paraíso mas se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem cara, mas quem pode deve curtir.
Muito bonito!!
Querida mineirinha, Cancún realmente se torna mais bonita com passeios que podem ser feitos para conhecer melhor a Riviera Maya. É uma viagem que precisa de mais de 7 dias.