Continuarei a afirmar que Paris é, inegavelmente, a cidade mais linda do mundo. Minha primeira vez por lá foi em 1995 e logo fui arrebatado por uma paixão fulminante, pois eu não tinha ideia de como Paris (clicar para ir ao mapa de sua localização) é encantadora. Nos posts anteriores sobre a Cidade Luz já indiquei que gosto de apresentar uma Paris pouco conhecida. Vários visitantes optam por fazer viagens rápidas e acabam por conhecer apenas o básico, mas Paris tem muito mais que a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo ou a Catedral de Notre-Dame. Espero que essa exposição sirva para que os viajantes percebam que existe uma outra Paris pouco visitada, mas que não perde o charme, como o Quartier de la Muzaïa (clicar para ir ao mapa de sua localização), que tive o prazer de conhecer em abril de 2022.

Moradias da rue de la Fraternité, em Mouzaïa

O Quartier de la Mouzaïa é um charmoso microdistrito de Paris, não muito grande nem tão pequeno, localizado próximo à estação de metrô Danube, no 19º arrondissement, formando um quarteirão em forma de trapézio, cujas ruas principais que o cercam são: rue d’Égalite, rue de Bellevue, rue Compans, rue des Mignottes e rue de la Liberté, até fechar o trapézio na forma dos ponteiros do relógio. Para uma melhor localização, segue abaixo o mapa do bairro. Semelhante a um bairro de casas populares, o Quartier de la Mouzaïa tem suas ruas de paralelepípedos e retas, muitos arbustos floridos, pequenas praças e, o melhor, um ar bucólico com a presença de moradores extremamente simpáticos que te cumprimentam e oferecem para conhecer o seu jardim. Muito agradável!

Estação de metrô Danube.

Mapa do Quartier de la Mouzaïa.

O belo bairro de Muzaïa é formado por pequenas vilas que vão se interligando com as ruas principais, provocando a sensação de que estamos num local onde crianças devem brincar entre as veredas no momento das férias escolares. Pode se sentir num labirinto, já que, ao sair de uma vila e buscar outra, o caminhante talvez perca um pouco a direção. Isso ocorreu comigo algumas vezes. Mesmo assim, o que importa mesmo é se perder nos becos, ruelas e vilas totalmente floridos, com casas simples e coloridas que não têm a preocupação se a cor é forte ou suave, desde que se destaquem. Na frente delas sempre se encontram objetos familiares, como regador de plantas, mangueiras, brinquedos, varal de roupa, cadeiras, bicicletas, enfim, sem nenhuma preocupação quanto a ser certo que esses objetos estejam naquele lugar. Esse é o charme!

Mapa do Quartier de la Mouzaïa – bairro ou quarteirão da Mouzaïa.

Mapa do site: https://fr.wikipedia.org/wiki/Quartier_de_la_Mouza%C3%AFa#/media/Fichier:Paris_-_Orthophotographie_-_2018_-_Quartier_de_la_Mouza%C3%AFa.jpg

Belo reflexo das outras moradias no vidro da janela. Que tal?
Simples moradias bem pequenas, com os jardins na frente.

O microdistrito de Mouzaïa tem cerca de 250 moradias que foram construídas a partir de 1879 com o objetivo de abrigar os trabalhadores das pedreiras da região.  Nos bairros mais distantes da Île de la Cité (centro de Paris) era muito comum que as fábricas, carnicerias, carvoarias, pedreiras etc. estruturassem uma vila operária em torno do negócio. Situadas em torno dessas pedreiras, as casas foram construídas segundo regras estritas e todas tinham apenas um piso, posteriormente os novos ocupantes fizeram o acréscimo para um segundo piso, o que hoje é comum. Creio que poucos dos atuais moradores sejam descendentes daqueles operários. Originalmente, as vilas eram privadas e fechadas, hoje estão abertas, interligando-se com as principais ruas do bairro. As moradias são do tipo construção contínua, coladas costas com costas, e somente nas frentes é que se pode apreciar os pequenos jardins.

Moradia com porta numa cor forte e o seu guardião: um gato.
O blogueiro feliz, tirando fotos no Quartier de la Mouzaïa.

Para apreciar com serenidade o pitoresco dessas casas modestas, o melhor, e o que eu fiz, é passear pelas inúmeras ruelas, entre a rue de Bellevue (ao sul) e a rue David d’Angers (ao norte). Algumas vilas levam nomes de artistas (Villas Claude Monet, Rimbaud, Verlaine) ou de ex-presidentes da França (Emile Loubet, Sadi-Carnot, Félix Faure). As vilas Bellevue, Progrès, Amalia, Fontenay e Marceau também merecem uma visita. Peço perdão, pois fui tirando as fotos sem relacioná-las, e assim não tenho como dizer qual pertence a cada vila, mas acho que o melhor mesmo seria cada viajante, ao ler meu post, tirar um tempo em sua próxima ida a Paris e conhecer com bastante calma o Quartier de la Mouzaïa. Vale muito, pois é encantador.

Na rue du Général Brunet, nº 46-48, o le Hameau du Danube (aldeia do Danúbio) é composto por 28 moradias construídas em 1923-1924. Com o acesso fechado, é preciso contar com a benevolência de um morador para visitá-lo.
O céu de Paris num dia de abril, lindo e azul. Mais à frente verá essa mesma vila numa foto com outra dimensão.
Adoro sentir essa calma de vila com casas modestas. Passei uma manhã de plena felicidade.
Flores caídas no chão são algo sempre muito prazeroso. Sem mais palavras.

Depois de ter caminhado pelo bairro, entrei na Église Saint-François d’Assise – São Francisco de Assis, que fica na rue Mouzaïa, nº 9. Foi importante para agradecer e encerrar o passeio por um bairro sobre o qual já havia lido dicas, mas que ainda não tinha tido tempo de visitar antes dessa viagem em abril de 2022, quando foi mais fácil, pois escolhi ficar perto do 20º arrondissement, bem na Place da la Nation (clicar para ir ao mapa de sua localização), ponto central de metrô e trem para toda Paris.

Église Saint-François d’Assise – São Francisco de Assis.
Altar da Église Saint-François d’Assise

Como promessa é dívida, cumpro o que comentei num dos textos sobre essa linda cidade, pois disse que iria mostrar uma Paris pouco conhecida, no caso os interessantes microdistritos. Então, espero que tenha gostado de conhecer um bairro tão incomum numa Paris do Barão Haussmann. Caso queira conhecer o Quartier de la Mouzaïa e Paris, não vou mentir, é um destino caro, mas sempre se encontra solução para realizar um sonho. Sonhe sempre!

Para um viajante que gosta de esmiuçar mais detalhes numa visita, indico o guia de turismo Adilson Guaiati (instagram: https://www.instagram.com/visitasdeparis/; e-mail: adilsonsempreparis@gmail.com). 

Marque uma ida a Paris, apaixone-se por suas expressivas igrejas, seus monumentos, suas avenidas e por essas veredas e alamedas do Mouzaïa, pois é um passeio que cativa. Se gostou, escreva aqui, ao final do post, o seu comentário.

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2 thoughts on “Paris e o Quartier de la Muzaïa.”

  1. Moro em Paris e gosto muito de passear pelos locais turísticos e não só, já tinha ouvido falar deste local mas ainda não houve oportunidade para conhecer, talvez em breve quando a meteorologia ficar mais agradável.

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